Síndrome de Burnout e alimentação – Qual a relação?
Síndrome de Burnout e alimentação
Qual a relação?
Exaustão emocional, estresse excessivo, mau humor e falta de energia e baixo desempenho no trabalho são sintomas característicos da Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Pessoas que trabalham sob pressão, profissionais da saúde e do mundo dos negócios estão propensas a serem afetadas pela síndrome. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), 70% dos brasileiros relataram estar mais nervosos, tensos ou preocupados com o trabalho após o início da pandemia de covid-19. 55% dos participantes relataram que este estresse leva a tristeza, sintoma característico da depressão.
Mas, o que a alimentação tem a ver com isso? Sintomas como estresse, indisposição, insônia, dores de cabeça e no corpo, constipação e/ou diarreia, elevação da pressão arterial, que são consequências do esgotamento relacionado ao trabalho, podem levar o indivíduo a desenvolver hábitos alimentares inadequados e até piorar a situação. O estresse crônico eleva os hormônios catabólicos como o cortisol e a demanda energética para a produção de neurotransmissores, e por este motivo, não é recomendável passar várias horas sem se alimentar ou fazer dietas restritivas. É comum pessoas com burnout estarem propensas a transtornos alimentares como comer de forma descontrolada e compulsiva, o que eleva as chances para o ganho de peso, obesidade, acarretando em resistência à insulina, doenças cardiovasculares à longo prazo.
É evidente o déficit da função da serotonina e dopamina em indivíduos com burnout. Por isso, é importante incluir alimentos ricos em triptofano para melhorar a produção destes hormônios do bem-estar, como: Banana, abacaxi, abacate, aveia, amêndoas, castanhas, amendoim, ervilha, tofu, entre outros. Além disso, há uma grande produção de radicais livres que precisam ser neutralizados com uma alimentação mais antioxidante, rica em frutas, verduras e hortaliças. Outro ponto importante e muito esquecido pela maioria das pessoas que estão muito ocupadas com o trabalho é o consumo adequado de água, e como já se sabe, a desidratação pode acarretar em cansaço, dores de cabeça e até uma “falsa” sensação de fome.
Com relação ao sedentarismo, característica comum entre as pessoas afetadas pelo burnout, um estudo realizado pelo Departamento de Ciências do Movimento e do Esporte na Bélgica concluiu que quanto mais sedentária e menos saudável é a alimentação de uma pessoa, maiores são os riscos para o esgotamento relacionado ao trabalho. Portanto, praticar exercícios regularmente: 20 a 60 min por dois a cinco vezes por semana em intensidade moderada a vigorosa pode prevenir e tratar o esgotamento emocional. Outra recomendação que vai além da alimentação e exercício, é o contato com a natureza: Fazer uma trilha, ir à praia, se expor ao sol e respirar ar puro é um remédio natural e gratuito para sensação de felicidade e maiores níveis de serotonina.
Sendo assim, não negligencie sua saúde se estiver esgotado(a) emocionalmente no trabalho. Procure um acompanhamento psiquiátrico e psicológico para auxiliar no tratamento. Priorize se cuidar e prevenir, pois o burnout pode trazer doenças irreversíveis.
Natalia Peres
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